quinta-feira, 15 de março de 2012

Varre-Sai recebe 53 mil mudas da SOS Mata Atlântica



Projeto ClickÁrvore viabiliza plantio no entorno das RPPNs apoiadas pelo Rio Rural

O município de Varre Sai, pioneiro no estado na criação das Reservas Particulares de Proteção Permanente (RPPN), ganhou um parceiro de peso para o reflorestamento e proteção de florestas nativas. É o projeto ClikÁrvore, da SOS Mata Atlântica (SOS MA), organização parceira do Rio Rural que, a partir de uma demanda local identificada pelo programa, fornecerá 53 mil mudas, gratuitamente, para serem plantadas no entorno das RPPNs do município.
O contrato firmado entre a SOS MA e o produtor rural prevê que a instituição forneça as mudas e capacite os proprietários, que se comprometem a realizar o plantio e manter a área cercada. O produtor tem assistência técnica e, ao final de 3 anos – tempo suficiente para que a floresta esteja pré-formada –,  recebe um bônus em dinheiro pela área preservada.
O projeto será executado pela Signus Vitae, fornecedora das mudas e responsável pelo treinamento, capacitação e assistência aos produtores. A empresa possui 90 espécies em seu viveiro. Para Varre Sai, serão enviadas mudas nativas, como paineira, aroeira, angico, jatobá, entre outras.
No dia 28/2, a Signus Vitae promoveu, em parceria com o escritório local da Emater Rio, a secretaria municipal de Fomento Agropecuário e a de Meio Ambiente, um dia especial de apresentação do projeto ClickÁrvore.  A parte teórica foi realizada na sala de reuniões do Mercado do Produtor. Marcelo Gama, gerente técnico dos projetos, e Ciro Moura, engenheiro florestal, falaram aos produtores rurais sobre as características da Mata Atlântica, e explicaram a forma de produção das mudas, critérios de escolha das áreas para restauração, preparação do solo, plantio e cuidados na manutenção pós plantio.
Ciro afirma que nos últimos 5 anos a demanda vinha sendo reprimida pela falta de mudas. “Havia pouca oferta no estado e eram muito caras, o produtor não conseguia comprar. Não havia como reflorestar”. Para ele, o ClickÁrvore promove a cultura florestal e capacita o produtor, que pode criar um viveiro, montar uma associação e ter renda com a produção e venda de mudas. “Além do reflorestamento de áreas degradadas, abre uma nova opção de negócios para o produtor rural.”
Terminada a apresentação teórica, os participantes seguiram para o Sítio Floresta, na microbacia Inverno, onde está localizada a primeira RPPN municipalizada do Brasil. Lá foi realizada a parte prática da orientação para o plantio, com grande interação dos participantes. Cícero Baião Vieira, proprietário do sítio, vai receber 5 mil mudas. Outros 12 produtores rurais de Varre-Sai também foram contemplados.
Cícero disse que já tinha consciência da importância do reflorestamento. “Vi os resultados positivos aqui na minha propriedade. Há 17 anos, reparei que a vazão da minha nascente estava diminuindo, chegou quase a secar. Fui orientado pela Emater a reflorestar em volta da nascente, e tempos depois a água voltou a correr em abundância”. Com o apoio do Rio Rural, Cícero criou a RPPN, sua nascente está protegida e grande área será reflorestada pelo ClickÁrvore, criando um corredor de biodiversidade.
A maioria dos produtores de Varre-Sai tem como principal atividade o café, mas este não é o caso do sítio Floresta. As lavouras ficaram no passado, e a atividade atual é a pecuária leiteira. Por isso, o Rio Rural irá incentivar a implantação do pastoreio rotacionado na propriedade, para otimizar a produção em pouco espaço e liberar mais áreas para reflorestamento, como deseja o produtor.

Incentivos beneficiam produtor e meio ambiente
Técnico da Emater-Rio e executor do Rio Rural na microbacia Inverno, Manoel Duarte Ramos Filho disse que muitos produtores estão convictos de que é preciso preservar os recursos naturais. “Daí a importância da criação das RPPNs. Uniu a convicção de preservar com a conveniência de ganhar dinheiro, porque o produtor rural precisa sobreviver”. Em Varre Sai, oito RPPNs já foram oficialmente criadas e outras 21 estão por vir. Os produtores receberão em breve o repasse do ICMS verde, aprovado em lei pelo município. Do crédito liberado pelo estado, a prefeitura ficará com 40% e repassará 60% ao produtor. O valor recebido varia de acordo com o tamanho da área preservada. Uma RPPN de 5,7 hectares, por exemplo, renderá ao produtor de Varre Sai cerca de R$ 1.800,00 por ano.

Assessoria de Comunicação 
Programa Rio Rural - Noroeste Fluminense

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