Projeto ClickÁrvore viabiliza plantio no entorno das RPPNs apoiadas
pelo Rio Rural
O município de Varre Sai,
pioneiro no estado na criação das Reservas Particulares de Proteção Permanente
(RPPN), ganhou um parceiro de peso para o reflorestamento e proteção de
florestas nativas. É o projeto ClikÁrvore, da SOS Mata Atlântica (SOS MA), organização
parceira do Rio Rural que, a partir de uma demanda local identificada pelo
programa, fornecerá 53 mil mudas, gratuitamente, para serem plantadas no
entorno das RPPNs do município.
O contrato firmado entre a SOS MA
e o produtor rural prevê que a instituição forneça as mudas e capacite os
proprietários, que se comprometem a realizar o plantio e manter a área cercada.
O produtor tem assistência técnica e, ao final de 3 anos – tempo suficiente
para que a floresta esteja pré-formada –, recebe um bônus em dinheiro
pela área preservada.
O projeto será executado pela
Signus Vitae, fornecedora das mudas e responsável pelo treinamento, capacitação
e assistência aos produtores. A empresa possui 90 espécies em seu viveiro. Para
Varre Sai, serão enviadas mudas nativas, como paineira, aroeira, angico,
jatobá, entre outras.
No dia 28/2, a Signus Vitae
promoveu, em parceria com o escritório local da Emater Rio, a secretaria
municipal de Fomento Agropecuário e a de Meio Ambiente, um dia especial de
apresentação do projeto ClickÁrvore. A parte teórica foi realizada na
sala de reuniões do Mercado do Produtor. Marcelo Gama, gerente técnico dos
projetos, e Ciro Moura, engenheiro florestal, falaram aos produtores rurais
sobre as características da Mata Atlântica, e explicaram a forma de produção
das mudas, critérios de escolha das áreas para restauração, preparação do solo,
plantio e cuidados na manutenção pós plantio.
Ciro afirma que nos últimos 5
anos a demanda vinha sendo reprimida pela falta de mudas. “Havia pouca oferta
no estado e eram muito caras, o produtor não conseguia comprar. Não havia como
reflorestar”. Para ele, o ClickÁrvore promove a cultura florestal e capacita o
produtor, que pode criar um viveiro, montar uma associação e ter renda com a
produção e venda de mudas. “Além do reflorestamento de áreas degradadas, abre
uma nova opção de negócios para o produtor rural.”
Terminada a apresentação teórica,
os participantes seguiram para o Sítio Floresta, na microbacia Inverno, onde
está localizada a primeira RPPN municipalizada do Brasil. Lá foi realizada a
parte prática da orientação para o plantio, com grande interação dos
participantes. Cícero Baião Vieira, proprietário do sítio, vai receber 5 mil
mudas. Outros 12 produtores rurais de Varre-Sai também foram contemplados.
Cícero disse que já tinha
consciência da importância do reflorestamento. “Vi os resultados positivos aqui
na minha propriedade. Há 17 anos, reparei que a vazão da minha nascente estava
diminuindo, chegou quase a secar. Fui orientado pela Emater a reflorestar em
volta da nascente, e tempos depois a água voltou a correr em abundância”. Com o
apoio do Rio Rural, Cícero criou a RPPN, sua nascente está protegida e grande
área será reflorestada pelo ClickÁrvore, criando um corredor de biodiversidade.
A maioria dos produtores de
Varre-Sai tem como principal atividade o café, mas este não é o caso do sítio
Floresta. As lavouras ficaram no passado, e a atividade atual é a pecuária
leiteira. Por isso, o Rio Rural irá incentivar a implantação do pastoreio rotacionado
na propriedade, para otimizar a produção em pouco espaço e liberar mais áreas
para reflorestamento, como deseja o produtor.
Incentivos beneficiam produtor e meio ambiente
Técnico da Emater-Rio e executor
do Rio Rural na microbacia Inverno, Manoel Duarte Ramos Filho disse que muitos
produtores estão convictos de que é preciso preservar os recursos naturais.
“Daí a importância da criação das RPPNs. Uniu a convicção de preservar com a
conveniência de ganhar dinheiro, porque o produtor rural precisa sobreviver”.
Em Varre Sai, oito RPPNs já foram oficialmente criadas e outras 21 estão por
vir. Os produtores receberão em breve o repasse do ICMS verde, aprovado em lei
pelo município. Do crédito liberado pelo estado, a prefeitura ficará com 40% e
repassará 60% ao produtor. O valor recebido varia de acordo com o tamanho da
área preservada. Uma RPPN de 5,7 hectares, por exemplo, renderá ao produtor de
Varre Sai cerca de R$ 1.800,00 por ano.
Assessoria de Comunicação
Programa Rio Rural - Noroeste Fluminense
Nenhum comentário:
Postar um comentário